quarta-feira, 25 de maio de 2011

O Povo Brasileiro é uma obra do antropólogo Darcy Ribeiro, lançada em 1995, que aborda a história da formação do povo brasileiro.



por Roberta Campos Babo
Darcy Ribeiro disse, certa vez, que "só há duas opções nesta vida: se resignar ou se indignar. E eu não vou me resignar nunca". Defensor de uma sociedade solidária, o etnólogo, antropólogo, professor, educador, ensaísta e romancista Darcy Ribeiro certamente estaria indignado com a violência que assombra o Brasil. Dez anos depois de sua morte (17 de fevereiro), seu sonho de ver um desenvolvimento justo para todos os cidadãos ainda não foi atingido.
Mineiro polêmico, revolucionário, engajado e movido pela obsessão de salvar o Brasil, era um homem que pensava grande. Por isso deu tanta importância à educação, vista por ele como o único meio para alcançar essa transformação social. "Sem um povo educado, não há como fazer o País crescer".


Com obras traduzidas para diversos idiomas, Darcy figura entre os maiores intelectuais brasileiros de todos os tempos. Notabilizou-se por trabalhos desenvolvidos nas áreas de Educação, Antropologia e Sociologia. Um dos responsáveis pela criação da Universidade de Brasília e idealizador da Universidade Estadual do Norte Fluminense, o professor Darcy criou, planejou e dirigiu a implantação dos Centros Integrados de Ensino Público (Cieps), um projeto pedagógico de assistência em tempo integral a crianças.


Criou também a Biblioteca Pública Estadual, a Casa França-Brasil, a Casa de Cultura Laura Alvim, o Centro Infantil de Cultura de Ipanema e o Sambódromo, em que colocou 200 salas de aula para fazê-lo funcionar também como uma enorme escola primária.


Fundou o Museu do Índio e criou o Parque Indígena do Xingu. Elaborou para a Unesco um estudo do impacto da civilização sobre os grupos indígenas brasileiros no século XX e colaborou com a Organização Internacional do Trabalho na preparação de um manual sobre os povos aborígenes de todo o mundo. Admirado inclusive pelos adversários, Darcy exerceu vários cargos públicos, como ministro-chefe da Casa Civil do presidente João Goulart, vice-governador do Rio de Janeiro e senador.

Membro da Academia Brasileira de Letras, Darcy foi exilado e teve cassados os direitos políticos durante a ditadura militar. Viveu em vários países da América Latina, conduzindo programas de reforma universitária. Escreveu dezenas de ensaios e livros, entre eles os romances "Maíra", "O mulo", "Utopia selvagem" (1982) e "Migo" (1988). Seu último trabalho foi "O povo brasileiro", de 1995.


Darcy não tinha medo da morte. O que o "fazedor de coisas" abominava era a idéia de não mais realizar, dizer adeus aos "fazimentos". E não mais poder divertir o mundo ao seu redor com lições bem-humoradas de amor à vida, como as frases que usava para explicar seus arroubos intelectuais. "Mais vale errar se arrebentando do que preparar-se para nada", dizia o poeta Darcy.


Fonte: Tribuna da Imprensa

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